
Não são dos famosos atletas que se destacam. Os jogadores, a maioria deles muito jovens, trabalham duro, fazem exercícios pesados, renunciam a muitas coisas em suas vidas a fim de estarem preparados para competir. Isto, porque desejam ser os melhores, na expectativa de conquistar o primeiro lugar. Desejam ver o seus nomes conhecidos e comentados o tempo todo. E é claro, a recompensa maior que esperam é o salário, porque desejam ser bem-sucedidos.
No mundo dos negócios não é diferente. Os jovens buscam estudar, aperfeiçoar-se, dando tudo de si a fim de conquistar um espaço, e, é claro, receber a recompensa por aquilo que conseguiram alcançar. Enfim, todos querem ganhar o máximo, em menos tempo possível.
Na verdade, não existe nada de errado nisto. Devemos ser incentivados a alcançar o máximo do nosso potencial, e ajudar outros a fazer o mesmo. Este desejo vem pelo fato de termos sido criados com dons e talentos e sermos motivados pelo próprio Criador a usá-los, multiplicando aquilo que nos foi confiado.
Fomos criados para sermos bem-sucedidos e desfrutarmos do senso de realização pessoal. Porém, para chegarmos a este estágio é necessário compreender algumas verdades:
Primeiro: somente atingiremos este patamar quando soubermos alinhar nossa vontade pessoal com a vontade do criador. O apóstolo Paulo, homem sábio, inteligente, preparado desde muito cedo nas melhores escolas, nos revela que a vontade boa, perfeita e agradável é a do Senhor e não necessariamente a nossa. (Romanos 12:2).
Segundo: faz-se necessário compreender que fomos criados com um propósito único. Que existimos para que este propósito seja realizado. Neste caso, o senso de bem-estar, o senso de realização pessoal somente será alcançado quando descobrirmos e desempenharmos este propósito. Caso contrário, poderemos ganhar muito dinheiro, mas nunca desfrutaremos da plena felicidade.
Talvez, o que estou dizendo possa levantar dúvidas e questionamentos. Mas está é uma verdade que tem sido ignorada por muitos. Todos os seres humanos existem porque foram criados para a gloria de Deus e são peças importantes para aquilo que Ele deseja fazer neste mundo. Por esta razão somos responsáveis por aquilo que nos foi confiado. Outrossim, nada daquilo que dizemos possuir é realmente nosso, de fato. Tudo pertence ao Criador. Cabe a nós, administrarmos os recursos com muita sabedoria. Por sermos parte de Seu plano, podemos desfrutar do melhor daquilo que Ele, bondosamente, colocou em nossas mãos.
No entanto, a meu ver, o mais difícil é compreender que não sou dono de mim mesmo. Fui criado para o Senhor; sou instrumento em Suas mãos, a fim de que Seu propósito seja realizado e as pessoas ao meu redor sejam, de alguma forma, beneficiadas.
A compreensão desta verdade me leva a enxergar que a verdadeira alegria, o bem estar e o senso de realização, encontram-se, exatamente, no momento em que meus planos se fundem com os planos daquele que me criou, e quando minha vontade é a expressão exata da vontade dele para a minha vida. Leia com atenção o conselho do grande sábio Salomão: “Os homens fazem planos e criam estratégias, mas o propósito do Senhor é o que prevalece” (Pv.19.21).
O grande dilema hoje é que, por causa da ignorância sobre a verdade de quem eu realmente sou, não tento descobrir o propósito pelo qual fui criado. Daí, distorço as coisas a fim de que a minha vontade prevaleça, crendo que, se assim o fizer, alcançarei o que busco e serei e bem-sucedido. Agindo assim, engano a mim mesmo.
Tenho percebido que quando não consigo fazer com que minha vontade seja realizada ou que meus planos não sejam alcançados, tendo a frustrar-me, culpando os outros, as circunstâncias ou a mim mesmo, pela derrota. Entretanto, deveria perguntar-me se aquilo pelo qual estava buscando fazia parte do propósito pelo qual vim a existir.
Não sei você, mas, sendo honesto comigo mesmo, diariamente “me pego” tentando de alguma forma forçar a barra, a fim de que meus desejos sejam alcançados e minha vontade satisfeita. E esta é razão pela qual sou derrotado. Neste caso, não somente eu sofro, mas todos os que estão sob meus cuidados, sofrem; a sociedade, inclusive, também sofre como consequência dos meus atos egoístas.
Creio que, como líderes, devemos ter o bom senso, de parar por um instante e ponderar o que o velho sábio Salomão escreveu. “O homem mortal faz planos elaborados para a vida, mas é o Senhor que tem a última palavra” (Pv.16.1). É verdade: os homens sempre fazem planos. E entendo que não há como viver sem eles. Fomos criados com a capacidade de fazer planos, ainda que não bem definidos, e sem estratégias estabelecidas.
Devemos, porém, prestar atenção em quem tem a última palavra. O Senhor é quem tem a última palavra. Então, é aconselhável que submetamos a Ele os nossos planos, a fim de descobrirmos se aquilo que desejamos alcançar ou realizar está alinhado com o que Ele tem planejado para nós. Neste caso, observemos outro conselho oferecido pelo velho sábio: “Entregue ao Senhor o comando do seu trabalho, e o que você planeja dará certo” (Pv. 16.3) .
Em outras palavras: “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos”. Ou seja: se eu submeter ao Senhor os meus planos, e buscar ouvi-lo, terei o discernimento que preciso para ajustá-los de acordo com Sua vontade e, assim, não há como dar errado. Em consequência, serei bem-sucedido.
Outro dilema que enfrentamos, é que não fomos ensinados a observar os talentos que temos, nem os dons que nos foram dados, a fim de escolher nossas carreiras. Mas somos motivados a nos espelharmos nas pessoas bem-sucedidas e imitá-las. E é nisto que reside toda a frustração e o senso de derrota.
Se cada um de nós soubesse para que fomos criados, e buscássemos desempenhar o trabalho de acordo com nossos dons e talentos, todos seríamos bem-sucedidos e em consequência, o mundo estaria melhor, com menos gente sofrendo e sem tanta competição. Depreende-se, daí, que cada ser-humano é único, criado de modo especial e para algo especial.
Se desejo vencer meus dias, deixar uma marca, e ser bem-sucedido, devo buscar descobrir o propósito pelo qual fui criado e compreender que a vontade do Senhor é para minha felicidade e para que eu desfrute do senso de realização pessoal. Por esta razão devo buscar Sua vontade, com humildade e empregar esforço a fim de que Seu propósito para minha vida seja cumprido. Agindo desta forma, certamente serei bem sucedido.
Ouçamos, novamente, o que o sábio diz: “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos”(Pv. 16.9). Pode não ser fácil este caminho, mas ele é o segredo para uma vida bem-sucedida.