segunda-feira, 22 de março de 2010

Líderes trabalham para deixar um legado


Percebo que um número grande de pessoas que estão na luta do dia a dia sonham com o dia em que arrumarão suas coisas no escritório, limparão as gavetas de sua escrivaninha pela última vez e começarão uma nova vida de lazer, sem se preocupar mais com as pressões do cotidiano das organizações onde trabalham. Quando esse dia chegar, sonham eles, poderão escolher as atividades que mais gostam e que nunca tiveram tempo suficiente para desfrutá-las, falzendo delas o foco central do resto de sua vida. Entretanto, no desespero para embarcar nesta nova fase da vida, deixam para traz anos de sabedoria e experiência.

Fiquei tremendamente tocado ao ler a história de Waldo McBurney, de Quinter, Kansas, EUA. Confesso que me levou a repensar muito meus anos futuros, caso eu venha desfrutar de vida longa. Waldo McBurney entrou para o Guiness book como o homem mais idoso da América em 2006, aos 104 anos! Sua carreira profissional foi da época das charretes a cavalo, à era dos modernos computadores. De acordo com o documentário, ele recebeu o primeiro salário em 1915, aos 13 anos de idade, conduzindo cavalos que puxavam uma debulhadora de trigo.

Na década de 50 abriu um negócio de lavagem de sementes, empreendimento, mantido até completar 91 anos. A essa altura, entretanto, ao invés de se aposentar, ele transformou sua criação de abelhas, um hobby de décadas, em outro empreendimento: venda de mel. Finalmente em 2008 ele vendeu seu negócio, admitindo que já era hora de “diminuir o ritmo”. Morreu em julho, aos 106 anos, deixando um rico e digno legado de trabalho.

McBurney não continuou trabalhando porque tinha necessidade. Não era isso que o motivava ao trabalho. Existiam outras motivações. Por exemplo, ele gostava de correr desde que era criança e, aos 65 anos, passou a dedicar-se a corridas de longa distância. Chegou a competir nas Olimpíadas Sênior, World Masters e outras competições, conquistando 10 medalhas de ouro. Continuou a participar de corridas até 2004, quando escreveu sua autobiografia, “Meus Primeiros 100 Anos: Um Retrospecto à Linha de Chegada)”.

McBurney não tinha um estilo de vida de desperdício. Geralmente caminhava os poucos quarteirões que separavam sua casa do escritório. Dispunha de recursos suficientes para se aposentar com conforto, mas percebeu o valor do trabalho e extraiu grande prazer de suas atividades vocacionais.

Líderes sabem como usar as habilidades e talentos em uma ocupação que gosta, pode muito mais encher seu coração de alegria, que a “tradicional” aposentadoria aos 65 anos. Eles trabalham sempre voltados para o legado que podem deixar para a vida de outros.

Um comentário:

Valdir Franca disse...

Pezini, que onda brother! Oxala Deus nos de a graca de nos reinventar como esse tipo.
Grande abraco