segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ouvir o Inaudível: uma qualidade do Líder

Os Sons Inaudíveis !

No século III d.c., o Rei Ts'ao mandou seu filho, o príncipe T'ai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan Ku. O objetivo era preparar o príncipe, que iria suceder ao Pai no trono, para ser um grande líder. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre Pan Ku logo o mandou, sozinho, à floresta de Ming-Li. ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta. Passado o prazo, T'ai retornou e Pan Ku lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir. "Mestre", disse o príncipe, "Pude ouvir o conto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortanto os céus". Quando T'ai terminou, o mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. T'ai ficou intrigado com a ordem do mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta?

Por longos dias e noites o príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo, ouvindo. Mas não conseguiu distinguir nada de novo além daqueles sons já mencionados ao mestre Pan Ku. Então, certa manhã, sentado entre as àrvores da floresta, começou a discernir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensção de encantamento tomou conta do rapaz. "esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse", pensou. Sem pressa, o príncipe passou horas ali, ouvindo e ouvindo pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.

Quando T'ai retornou ao tempo, o mestre lhe perguntou o que mais ele tinha conseguido ouvir. "Mestre", respondeu reverentemente o príncipe, "quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã". O mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação. Ouvir o inaudível é ter a disciplina necessária para se tornar um grande líder, observou Pan Ku. "Apenas quando aprende a ouvir o caração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um líder pode inspirar confiança a seu povo, entender o que está errado e atender às reais necessidades dos cidadãos. A morte de uma igreja, de uma organização começa quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar a fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões reais".
Adaptado e aplicado por :

Rev. José Carlos Pezini

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Aprenda com suas falhas

Não gaste energia tentando encobrir um erro. Aprenda com suas falhas e prossiga para o próximo desafio. Não há problema em errar. Se você não está errando, quer dizer que não está crescendo. H. Stanley Juldd

Nossas atitudes escrevem nosso destino. Nós somos responsáveis pela vida que temos. Culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. A aprendizagem é nossa e ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazer pelos outros. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos. Zíbia Gasparetto

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Planejando para o Sucesso

Fazer planos, no sentido amplo, é estabelecer um projeto que inclui uma série ordenada de ações de operações e de meios destinados a atingir um fim. Logo, planejar o futuro não é simplesmente imaginar o que você quer no futuro, mas agir criando condições para que aquilo que você quer no futuro se concretize.O Planejamento, que é o ato ou efeito de planejar, consiste em um trabalho de preparação no qual se estabelecem os objetivos, as etapas, os prazos e os meios para a sua concretização. A Ciência da Administração, com a finalidade de aumentar as garantias de sucesso de um planejamento, para o alcance do seu objetivo, criou ferramentas que, se bem implementadas, vão proporcionar mecanismos de gerenciamento do processo, é o chamado “Planejamento Estratégico”.

Caminho para a ESPIRITUALIDADE

José Carlos Pezini - Luis Alexandre Ribeiro Branco
Você está confuso quanto a sua espiritualidade? A leitura de Caminho para a Espiritualidade, te ajudará a reencontrar o caminho da comunhão e da alegria de andar com Deus.

Pr. Ronald CarvalhoDiretor Executivo da Junta Administrativa de Missões da Convenção Batista Nacional.

Na atualidade, o conceito religião (religare) não quer dizer, necessariamente, religação com Deus, mas sim ter uma experiência com os mistérios sagrados, os ritos de contato com as divindades, as dimensões invisíveis, a consciência. Ainda no início do século XX, havia o anúncio da extinção do fenômeno religioso. Entretanto, religião e religiosidade não desapareceram e estariam sendo revividas na dimensão da espiritualidade. Espiritualidade é um tema atual.

Profissionais da saúde e pesquisadores vêm, cada vez mais, reconhecendo a importância da dimensão espiritual para a saúde. Contudo, é necessário coragem para lidar com uma área repleta de preconceitos tanto a favor quanto contra a espiritualidade. Sobretudo, quando se trata de uma espiritualidade centrada não na subjetividade individual, mas na objetividade da autoridade da Bíblia e de um relacionamento com o sagrado na manifestação histórica do Cristo.

Os autores, de posse da lógica protestante de que a expressão da verdade está nos tempos bíblicos, resgatam, do passado, as diretrizes da espiritualidade. Esse resgate histórico é bastante interessante em contraste com a pós-modernidade, a qual, de um lado, nega a ideia de certo e errado e, de outro lado, impõe às pessoas uma crise de sentido – à medida que há avanços tecnológicos e retrocessos/estagnações nas relações humanas perpassadas, atualmente, por vários tipos de violência, sendo a violência doméstica a mais perversa de todas.
Mas há esperança. A proposta dos autores é a de uma espiritualidade enquanto relacionamento com Deus, mediado pela pessoa de Jesus Cristo, que gera uma quebra de homeostase. Portanto, mudança. E toda mudança, superficial ou profunda, exige uma busca por novo equilíbrio.

Para os autores, o coração humano necessita, para a sua humanização, da experiência do amor divino, revelado em 66 cartas e na manifestação histórica da cruz. Assim, a espiritualidade não está circunscrita a lugares tidos por sagrados, mas ao relacionamento com o Deus revelado nas Escrituras e manifesto historicamente pela Segunda Pessoa da Trindade.

Pastor José Carlos Pezini ordenado pela Igreja Presbiteriana do Brasil desde 1987, escritor, professor, plantador de igrejas, consultor, e expert em treinamento de liderança. É consultor de treinamento de líderes nos Estados Unidos e em muitos outros países. Em dezembro de 1996 tornou-se pastor de um grupo de brasileiros em Atlanta, Georgia. A comunidade cresceu rapidamente e se tornou igreja, com estes brasileiros outras igrejas foram iniciadas. Em 2001 começou um centro de treinamento de liderança com o propósito de equipar líderes para as igrejas imigrantes em sua missão nos EUA. Em 2002 foi contratado pela Outreach Foundation para dar consultoria, treinamento de liderança, mentoramento e coaching nos EUA bem como em outros Países. Concluiu seu doutorado em ministério no Columbia Theological Seminary, na área de plantação de novas igrejas, em 2007. Publicou os seguintes livros: Chamados a viver, 2000; Cuidando bem dos Recursos que Deus nos dá, 2002; é co-autor de Liderança Pastoral Transformadora, em 2007.

Pastor Luis Alexandre Ribeiro Branco é casado com Lidiane e é pai de duas lindas filhas, Micaela e Alexandra. É missionário da Junta Administrativa de Missões da Convenção Batista Nacional (Brasil), enviado pela Igreja Batista Central de Petrópolis. Trabalhou por alguns anos com implantação de igreja na Ásia e treinamento de obreiros nacionais. Serviu como pastor na North Sea Baptist Church, em Stavanger, na Noruega, e em janeiro de 2006 chegou a Portugal onde é pastor da Igreja Evangélica Baptista de Cascais.
Serviço:

Caminho para a Espiritualidade
José Carlos Pezini
Luis Alexandre Ribeiro Branco
Scortecci Editora
Espiritualidade
ISBN 978-85-366-1458-8
Formato 14 X 21 cm
120 páginas
1ª edição - 2009
Mais informações:
Catálogo Virtual de Publicações
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O Deus que Surpreende

Introdução

1 Reis 19.1-18
Vivemos em um período de manifestações espetaculares. Vivemos em um período no qual todas as coisas tomam proporções que muitas vezes não têm. Fruto dos meios de comunicação. Fruto do poder do marketing, que engrandece produtos, pessoas, acontecimentos e coisas.

E em meio a essas manifestações, parece que nada mais nos surpreende. Estamos tão acostumados a ver e ouvir grandes acontecimentos que do dia para a noite tomam as páginas dos jornais e a tela da televisão, que já não prestamos mais atenção no que realmente importa. Já não prestamos atenção às coisas pequenas, tidas como insignificantes.

Em vista disso é importante meditar no Deus que Surpreende. No Deus que se manifesta de forma surpreendente. E é isto que vemos no texto de 1 Reis 19.1-18: uma página do ministério do profeta a Elias. Muitos de nós, desde a mais tenra idade, ouvimos grandes histórias deste que consideramos um herói da fé. Um herói bíblico.

O ciclo de Elias, isto é, a narrativa da trajetória do profeta Elias nos traz muitos aspectos de uma vida dedicada ao Senhor. De uma vida de vitórias. Uma vida pautada nos princípios do Deus de Israel. Mas não menos que uma vida humana. Sim, uma vida nos limites da condição humana.

Elias em uma situação limite

No texto, Elias está numa situação limite. Elias está, podemos dizer, em um beco sem saída. Elias, o profeta fiel à aliança do Senhor Deus, está conturbado. Ele se encontra em uma situação de extrema gravidade. Por um lado, ele está ameaçado de morte pelos profetas de Baal, como pode ser visto no capítulo anterior (1 Reis 18.20ss). Por outro lado, está jurado de morte pela então rainha Jezabel, mulher de Acabe, rei de Israel. Aos profetas de Baal, morte. Elias sai vitorioso. Mas contra o poder de Jezabel o profeta nada pode. Elias está à mercê deste poder. Está com sua vida ameaçada. Elias está com a sua vida por um triz. Está na corda bamba.

O texto apresenta o estado de ânimo de Elias, como desolador. Não quero e não tenho condições para fazer uma análise psicológica da situação. Todavia, as palavras da narrativa denotam um momento de desconsolo, um momento de descaracterização do ser humano. Elias está pedindo a morte (verso 4). Tragicamente o profeta, que sozinho há pouco havia zombado e derrotado os 400 profetas de Baal (1 Reis 18.20ss), agora pede a morte. Encontramos Elias em uma situação de tristeza, de amargura, de perseguição, de dor. Pedindo para si a morte numa situação limite. Elias parece ter bem claro que a saída desse beco é a sua própria sepultura. E a saída não é pela esquerda ou pela direita ou pela frente, mas para baixo, para dentro de uma cova. A única possibilidade que o profeta vê é a morte. E a única coisa que Elias pode pedir é a morte. Não pede livramento, nem ajuda, mas tão somente a morte. Sentou-se embaixo de um arbusto e pediu para si a morte.

Elias não é um único a ter essa experiência de pedir para si a morte. Jó teve a mesma experiência (Jó 3). Jeremias tem a mesma experiência (Jeremias 20). Em uma situação de extrema gravidade como a de Elias, em uma situação de sofrimento como Jó, em uma situação de perseguição como Jeremias, eles pedem para si a morte. É uma situação desesperadora. Mas é graças a Deus que Elias está nesta situação. É graças à palavra de Javé, é graças ao seu ministério profético, é graças a sua luta política, religiosa e civil que ele está nessa situação. Uma situação de desolação, uma situação limite.

Ele deita, angustiado, e só faz dormir. Um anjo o acorda uma vez e o alimenta e ele volta a dormir. Uma situação de espera. Elias está em compasso de espera, pois orou e está esperando uma resposta de Deus. Porque é um homem acostumado orar. Um homem acostumado a pedir e ouvir uma resposta. A orar e acontecer. E ele está aguardando. E a resposta vem na direção contrária. – Elias, levanta-te, e come! Fortifica-te, porque o caminho que tens pela frente é longo. (verso 7). E Elias vai para o Horebe.

Elias no monte Horebe

As montanhas no Antigo Testamento, e em todo o Antigo Oriente, eram consideradas a habitação dos deuses. O lugar onde se pode encontrar Deus. E o Senhor é o Deus que se manifesta não apenas nos montes, mas fora deles também. E encontramos o Senhor nosso Deus no Sinai, no Horebe, no Sião, no Hermom.

Elias se dirige para o Horebe. É interessante, no texto, o fato de que Elias tendo que ir para o caminho de Damasco, se dirija para o Horebe. Porque existe uma fórmula bastante eficaz de se fugir de Deus, para se esconder: É se por em evidência. E Elias, fugindo de Deus e pedindo a morte, vai justamente para o monte que o Senhor vai se manifestar.
E entra numa caverna. Passa a noite. E nesta caverna, escondido, com medo, Elias está apavorado com a possibilidade de ser humilhado e morto por Jezabel. É melhor morrer, antes do que se entregar com vida nas mãos dos inimigos. Porque derrotado o servo, seu senhor também estará derrotado. Derrotado Elias, o Senhor também estará. E com medo, e temor, e tremor Elias vai para dentro da caverna no monte Horebe. Escondendo-se, e fugindo do seu ministério, do seu trabalho, da sua vida. E é nessa caverna que a palavra do Senhor lhe vem.

Que fazes aqui Elias? (verso 9). O que você está fazendo aqui Elias? O caminho é longo. O caminho é em direção a Damasco. É necessário coroar um rei. É necessário ungir um profeta. É necessário viver a vida cotidiana, voltar à vida pública, à política, ao ministério, à carreira proposta. E você dentro da caverna. Que fazes aqui Elias? E a resposta é uma confissão de fé: – Senhor, eu tenho sido zeloso ... os filhos de Israel deixaram a aliança, derribaram os altares, e mataram os profetas e eu fiquei só e procuram tirar a minha vida. (verso 10). Isso parece plenamente justificável. Qual de nós humanos conscientes da nossa condição, do nosso limite não entraria também e se esconderia em uma caverna. Estrategicamente é a melhor coisa a fazer: Esconder-se até que a tempestade passe. Até que a ameaça se dissipe. Até que tudo volte ao normal. Mas o texto vai mostrando que a vida só voltará ao normal com suas lutas e com suas dificuldades. A vida só voltará ao normal se Elias puder caminhar novamente. Se Elias puder cumprir a sua missão. Se Elias puder ir adiante.

Deus surpreende Elias

E começam as demonstrações às quais Elias estava acostumado. – Dispõe-te e vai à porta da caverna, Elias. E o Senhor passará diante de ti. Eis que o Senhor passava e um grande e forte vento despedaçava as penhas diante dele. Porém o Senhor não estava no vento. Depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo um cicio tranqüilo e suave. (versos 11-12). Vento, terremoto, fogo são elementos da Teofania de Deus no Antigo Testamento. É assim que Deus se manifesta. Para Moisés ... – tira as sandálias dos pés porque o lugar onde estás é santo. E a sarça ardia e não se consumia. Trovão, tempestade, saraiva, fogo e granizo faziam parte da maneira de Deus se manifestar. Elias estava acostumado com essas manifestações de poder. Um vento forte que fendia a pedra, abalava os montes. Era uma manifestação espetacular, como fogo e fumaça. Se atualizados para os dias de hoje seria com fogos de artifício, ribombar de trovões e banda marcial. Deus se manifestava ao seu povo, que estava acostumado a vê-lo poderosamente através do fogo, do terremoto, das grandes vagas, das grandes ondas. Um poder de manifestação só conhecido pelos que participaram dessa história.

Mas surpreendentemente o Senhor não está no vento. Surpreendentemente Deus não está no terremoto. Surpreendentemente o Senhor Deus não está no fogo. Elias vai ouvir a voz de Deus numa brisa leve. O Senhor, surpreendentemente, passa numa brisa leve. Nem vento, nem terremoto, nem fogo, nem grandes águas, mas uma brisa. Uma brisa que Elias pode sentir na sua face. Uma brisa de calma, de paz, de tranqüilidade. Em uma brisa leve está o Senhor. Está se manifestando de uma forma inusitada, de uma forma até então desconhecida, de uma forma surpreendente. Deus se manifesta de forma surpreendente. E para Elias, acostumado a manifestações de poder, de glória, de fogo, de fumaça, como vira no capítulo anterior quando desceu fogo e consumiu o holocausto. E as chamas lamberam a água que estava ao redor do sacrifício e consumi até mesmo as pedras do altar. Agora esse mesmo Deus, com esse mesmo poder, aparece, se manifesta, se dá a conhecer e fala por meio de uma brisa leve.

Ouvindo Elias Deus falar, envolveu seu rosto no seu manto e se pôs à entrada da caverna. E eis que veio uma voz e disse Que fazes aqui Elias? (verso 13). E novamente a repetição do que fora dito no verso 10. – Senhor, eu tenho sido zeloso ... os filhos de Israel deixaram a aliança, derribaram os altares, e mataram os profetas e eu fiquei só e procuramtirar a minha vida. (verso 14). A palavra do Senhor é esta: – Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e em chegando lá unge a Hazael rei sobre a Síria, a Jeú o rei sobre Israel e a Eliseu profeta em teu lugar. Pois também eu conservei em Israel três mil joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou. (versos 15-18).

Elias retoma seu caminho

A vida retoma o seu ritmo normal quando Elias retoma o seu caminho animado pela palavra de Deus. Quando de forma surpreendente ouve a voz do Senhor. Elias retoma o seu caminho, o seu ministério. Continua com medo, continua tomado de medo, mas agora não é o medo que o leva à frente. Agora é a companhia de Deus que o anima. É a reconsideração de que Deus está presente exatamente nas horas em que se precisa Dele. É isso que anima o profeta a ir adiante. Que anima profeta a continuar fazendo política. Que anima o profeta a continuar exercendo o seu ministério. A clamar contra os pecados do seu povo. A denunciar a opressão e a corrupção do reinado de Acabe. A denunciar a idolatria a Baal. O desvio em que Israel estava andando.

Elias retoma o seu caminho, se reencontra e sai de sua situação limite, do seu estado de quase morte, do seu desejo de desistir, do seu enfrentamento com a dificuldade. E retomando o seu caminho vai cumprir cabalmente o seu ministério. Vai levar adiante a sua vida. A vida vai voltar ao normal. Novas lutas, novas dificuldades. Novas situações se depararão na vida deste profeta, como se depara na vida de qualquer ser humano. Entretanto, ele saberá sempre que o Senhor, o Deus de Israel, se manifestará inusitadamente, inesperadamente, surpreendentemente.

Onde menos se espera, na situação onde menos se espera, Deus se manifesta. Porque sempre esteve ali. Porque sempre esteve amparando. Porque foi junto com Elias para baixo do Zimbro (arbusto). Porque o Senhor deitou com Elias ali. Porque Deus estava em companhia de Elias dentro da caverna. E quando Elias sai à porta da caverna Deus está ali falando com ele. A voz do Senhor é Deus presente na vida do profeta. Deus presente na vida de todos aqueles que confessam o seu nome.

Conclusão

Quero crer, e oro por isso, que ninguém esteja em uma situação tão delicada, tão conturbada, tão desesperadora quanto Elias. Mas se estiver, qualquer que for a situação, olhe nas coisas simples ao redor. Olhe nas manifestações que nos parecem insignificantes. Ao invés de olhar apenas os fogos de artifício, as bandas marciais, o festejo, olhe também para as coisas simples. Para as crianças, por exemplo. E veremos Deus presente. Ouçamos os sons inaudíveis em nosso mundo moderno e ouviremos a voz de Deus. Contemplar as paredes brancas de um hospital, o silêncio e a solidão do nosso quarto à noite. Naquele facho de luz que atravessa a nossa a janela pela manhã. E uma borboleta que pousa em nossa folhagem. Deus nos surpreende a todo o momento com a sua manifestação. Em qualquer situação.

Não conhecemos toda a vida de Elias. Mas essa situação limite foi registrada para que todos saibam que o Senhor Deus está presente onde menos esperamos. Está presente nas coisas que não observamos. Deus está presente entre nós nas coisas pequenas e insignificantes, olhemos, pois para elas e sigamos o nosso caminho com a graça do bom Deus.
Rev. Dr. José Roberto Cristofani é Pastor da Igreja Presbiteriana Independente, Doutor em Bíblia e Educador