quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Liderando em tempo de mudanças

Comunicação é uma habilidade que você pode aprender. É como andar de bicicleta, ou digitar. Se você estiver disposto para trabalhar nela, você pode rapidamente melhoar cada parte de sua vida” Brian Tracy

Somente por falar em mudanças sentimos um frio na barriga. A verdade é que ninguém gosta ou está preparado para lidar com elas. E a pergunta que me vem a mente, é a seguinte: Se eu sou parte integrante de um setor, como as mudanças poderão ocorrer sem minha participação? Esta parece ser uma pergunta lógica, mas posso afirmar sem sombra de dúvida, que um setor não só pode mudar sem a minha participação como também me neutraliza caso eu não esteja preparado para as inovações que ocorrerão naturalmente. Este é um alerta levantado por C.K. Prahalad, renomado especialista em estratégia empresarial e de negócios da atualidade e também professor da Graduate School of Business administration na University of Michigan.

Segundo Prahalad, se os líderes desejam desenvolver um processo de transformação estratégica em suas organizações eles precisam de: imaginação, paixão, coragem, humanidade, humildade, intelecto e um pouco de sorte. Para Prahalad, é importante que as empresas estejam conscientize, antes de tudo, de sua colocação no mercado e de quais são as probabilidades reais de liderar esse setor. Diz ele: “Muitos líderes não tomam atitude inovadora justamente porque desconhecem seu papel no mercado, acreditam que simplesmente ‘atuam’ em um nicho imutável de comércio”. Líderes bem-sucedidos sabem o que realmente querem e estão dispostos a fazer o que for preciso dentro dos parametros de integridade e honra para conquistar o que desejam e não perder seu espaço no mercado.

Estamos vivendo em um momento em que os limites entre os setores estão cada vez mais indefinidos. A linha que divide esses limites é muito tênue e quase invisivel. Essa aparente invisibilidade, além de dificultar os passos das organizações em relação a suas áreas de atuação, permite aos que estão de fora e “antenados” com o que há de novo nos setores de tecnologia e estratégias de mercado a criação de novos produtos e serviços que atingirão um público-alvo cada vez mais exigente e interessado em practicidade e transparência. É preciso se perguntar: “Será que o que eu estou fazendo hoje permitirá que me atualize no futuro?”. Somente terão sucesso os líderes que tiverem clareza sobre o que desejam fazer e sabem onde querem chegar.
Esse tipo de raciocínio requer drásticas mudanças no comportamento geral da liderança, o que, muitas vezes, é difícil de se conseguir. É fato que no universo administrativo, é mais fácil continuar com os velhos hábitos de liderança do que criar novos. Somos resistentes a novas tendências. Mudança nos incomoda, porque nos arrasta para fora de nossa zona de conforto. No entanto, não preciso ser expert no assunto para saber que hoje as mudanças ocorrem de modo muito mais rápido do que alguns anos atrás.

Segundo Prahalad, esse ritmo pode ser útil para países com economias emergentes, uma vez que eles podem “saltar” algumas etapas, ou seja, as economias emergentes têm a opção de escolher os métodos já criados pelos países desenvolvidos. Isso lhes permitiria uma maior agilidade no processo de atualização. Contudo, isso não os impede de lançar e exportar, com sucesso, seus próprios projetos. Para Prahalad, as melhores estratégias a serem adotadas para uma empresa se tornar líder em seu setor são:

• Trazer o futuro para o presente, e não extrapolar o passado – Você pode fazer isso adotando ferramentas tecnológicas, para fazer a migração dos antigos sistemas legados e fechados para a nova teia de informações.
• Descentralizar as informações – Compartilhar informações não significa simplesmente que a companhia irá oferecer todos os seus dados a parceiros, clientes e, talvez, até mesmo para seus concorrentes. É preciso encarar essas ações como a obtenção de um acesso privilegiado a milhares de informações outrora inatingíveis.
• Encarar os novos parceiros de negócios e clientes como uma comunidade – Os clientes devem ser tratados não apenas como consumidores ou compradores de produtos, mas como parceiros e como indivíduos pertencentes a uma comunidade que possui referências sociais e que compartilha gostos e opiniões; dessa forma, os agentes de pesquisa são indispensáveis, eles dão o feedback que elas necessitam para aprimorar seus padrões e produtos.

Referências:
Prahalad, C. K. & Hamell, Gray. Competing for the Fulture 1996.
Jeary, Tony. Strategic Accelaration: Succed at the speed of life 2009

Dr. J. C. Pezini
Director of Global Studies
Beulah Heights University
jose.pezini@beulah.org
http://www.pezini.blogspot.com/